quarta-feira, 20 de julho de 2011

Sobre fatos e decisões no PT de Macaé – Nota pública da Secretaria Geral do PT-Macaé

Macaé, 20 de julho de 2011



Na disputa política há algumas decisões para marcar posição e outras para denunciar alguma distorção escondida. Aqui estão as duas coisas: tornar pública minha decisão de renunciar à função de Secretário Geral do PT por divergências com as posições do PT em Macaé; e apontar o desdém aos trâmites internos e estatutários do partido pela direção macaense. Faço isso em relato de duas situações.

Em sete de fevereiro, foi apresentada ao PT a ficha de filiação do suplente de vereador Igor Sardinha (PPS). Feito isso, qualquer filiado pode questionar em até 7 dias, o que foi feito no dia nove do mesmo mês por recurso protocolado na Secretaria Geral. Essa pauta e o recuso, foram engavetados no município e agora serão submetidos às instâncias superiores.

Notícias nos meios de comunicações dando como certa a filiação do suplente do PPS é uma surpresa desagradável. Todo cidadão tem direito a solicitar filiação, mas antes mesmo de entrar, ele tenta – com a conivência de vários dirigentes – desrespeitar e peitar o estatuto do PT. É mais um atentado a pouca saúde democrática do PT de Macaé. É importante deixar claro à população que o suplente do PPS, que votou favorável ao processo de cassação do único vereador do PT, não está em nenhuma lista de filiados do partido, em nenhuma instância.

Outra questão que muito incomoda é que desde a posse da atual direção do PT, em 2010, mais de 90% das reuniões não aconteceram. A atual direção do PT é a mais inoperante das que participei. As disputas foram muitas, os desgastes grandes, mas tudo num nível de total tranqüilidade e, utilizando das regras estatutárias para a difícil função de, mesmo minoritário, não deixar o partido virar um caso de família, um aparato burocrático sob os sovacos de caciques.

Disputas silenciadas pelos meios de comunicação e pelo setor majoritário tratam de algo muito importante: a ética. Situação que beirou a violência física e teve recheio de ameaças e levou à queda da Presidência do PT, do Secretário Municipal de Educação. Motivo: descumprir o código de ética. Mesmo assim, insatisfeitos com a derrota, manobraram numa eleição relâmpago a substituição na função do filho pela mãe, a vice-prefeita. Algo que pode ser legal, mas considero imoral. O PT não tem autonomia para traçar seus próprios rumos.

Estar há três mandatos na direção do PT (Secretário de Comunicação, Secretário de Formação Política e Secretário Geral) dignifica muito e compromete muito mais. Pois é um compromisso com valores e ideais que movem sonhos, projetos e alimentam a esperança de mundo, país e Macaé dignos de seu povo.

E, no sentido de marcar posição, concluo considerando um grande equívoco o anúncio por um grupo do PT da candidatura da vice-prefeita nas eleições que se avizinham. Ainda pensam que podem enganar a população macaense. Tempo é igual a trem, e o PT perdeu a chance de mudar quando fez aliança com a oligarquia. É necessário maturidade para reconhecer o erro.

Com toda força da minha esperança deixo a função de Secretário Geral para desfrutar da liberdade plena e da coerência de dizer: Macaé merece mudar!

Marcel Silvano é dirigente do PT em Macaé desde 2005

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