Mais um ano começa e a primeira reunião oficial do PT com quórum acabou em polêmica e quase pancadaria. A novidade desta vez foram ameaças a dirigentes que cobram o afastamento do presidente por continuar descumprindo o código de ética partidário.
A situação do Partido dos Trabalhadores em Macaé é semelhante a um morador que vê a casa ruindo e o teto caindo sobre sua família e eles, ao invés de salvar as vidas correm atrás dos anéis. Ou então o teto de uma escola maternal desabando, e os funcionários, ao invés de livrarem as crianças, tentam retirar as mochilas de dentro da escola.
O PT em Macaé atravessa sua pior crise política. O presidente, figura que deveria ser o condutor das discussões e do trabalho partidário fica intercalando apelos para renunciar a função partidária e vaias em atividades com profissionais da educação. Não há sustentação política nem para ser secretário, nem para conduzir a presidência.
Numa ofensiva inexplicável de concentrar poder e forçar barra em posicionamentos, no mínimo, equivocados fica o questionamento se vale a pena rasgar as regras do estatuto e do código de ética de um partido importante como o PT para manter acordos feitos pelos sovacos de mãe e filho.
Um partido que construiu sua história nas lutas pela libertação integral do povo brasileiro chega a uma situação parecida com seqüestro em Macaé. No escuro do cativeiro, amordaçado pelas benesses dos cargos comissionados e trazendo os algozes para vigiar cada ação. É preciso romper as correntes que amarram o PT à oligarquia, que tem os dias contados para ver o poder começar a ruir.
Platão, na passagem do “Mito das Cavernas” conta a história das pessoas que ficam acorrentadas no fundo da caverna e só tem contato com o mundo exterior através da luz do sol que entra por uma única abertura. As formas das sombras das árvores e dos animais faziam as pessoas acreditarem que fora da caverna só monstros existiam e tinham medo de romper as correntes. Quando uma das pessoas rompe a corrente e sai da caverna, volta para contar como é boa a vida em liberdade e como é bonito o mundo real, essa pessoa é agredida até a morte pelos demais, que não acreditam e dizem que é louco.
Enquanto a linha de atuação do PT de Macaé é acorrentada ao fundo da caverna, o bilhete premiado que seria a participação no atual governo rendeu em 4 anos a uma vice-prefeita cassada e um presidente impedido por não cumprir a ética partidária.
Repito publicamente o que encaminhei na reunião do PT ao “pseudo-presidente”. Qual sua posição, ficará presidente ou secretário?
Marcel Silvano
Secretário Geral
Partido dos Trabalhadores - Macaé