quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

SEGUNDA 21/12: HOMENAGEM AO DOM DA PAZ



Chegamos ao final de 2009, Apenas algumas semanas nos separam de um novo ano com desafios que ainda estão no campo do mistério. Entretanto, nós, principalmente os que tem alguma formação religiosa buscam referências em trajetórias de vida e exemplos que anima a vida e traz esperança para lutar por melhores dias não só para nós, mas para todos os seres vivos.

Uma dessas referências é o Dom Hélder Câmara. Esse ano, o Arcebispo do Rio e Arcebispo de Olinda e Recife completaria 100 anos, se não tivesse falecido em 1999. Foi o principal articulador e fundador da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e também do CELAN – Conselho Episcopal Latino Americano e Caribenho que trouxe avanços inigualáveis para a Igreja Católica e a luta dos Direitos Humanos na nossa Pátria Grande América Latina.

Foram as deliberações do Rio (55), Medellín (68), Puebla(79), Santo Domingo(92) e Aparecida (2007), principalmente Puebla e Medellín colocaram como prioridades da Igreja não só do Brasil, mas de todo o continente latino-americano o trabalho concreto na transformação da vida dos mais pobres. Daí as organizações de pastorais e movimentos não apenas católicos que atuam diretamente em garantir a promoção humana das milhões de pessoas que se encontram em condições de mera sobrevivência.

Dom Hélder foi importante na ligação entre Reino de Deus e as palavras do evangelho com a defesa da vida aqui e agora para todos e em plenitude. Enfrentou a ditadura militar e até algumas linhas de pensamento da Igreja, denunciou ao Brasil e ao mundo as práticas de torturas e sequestros, e os inúmeros abusos cometidos pelos militares durante a ditadura.

Proibido de falar no Brasil pelos militares e ameaçado de morte, inclusive com seus companheiros, padres mais próximos também ameaçados e até assassinados. Dom Hélder silenciou no Brasil por algum tempo. Mas intensificou palestras, pregações e participação em conferências em diversos outros países. França, Itália, EUA, Alemanha... Todos puderam ouvir as palavras do “Bispo Vermelho”, apelido dado pela Ditadura. E a cada dia Dom Helder acumulava maior respeito e mais respaldo internacional dentro da Igreja e na comunidade internacional.

Os anos de 1970, 71,72 e 73 foram no mínimo curiosos. Aclamado pelo mundo, foi indicado ao Nobel da Paz as quatro vezes. Na última vez, não havia concorrente com maior perfil para o prêmio e com extrema aceitação dos julgadores. Estranhamente, em 1973 não houve vencedor. Os militares pressionaram a organização do Prêmio que preferiu não entregar a ninguém a honraria. Foi o único brasileiro indicado tantas vezes ao Nobel e o único com resultado certo de levar o prêmio.

2009. Olinda, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília... e agora Macaé. Câmaras de Vereadores, Senado Federal, Câmara dos Deputados, Assembléias Legislativas... Igrejas, católica e não-católica. Cristãos e não-cristãos. Movimentos sociais, ong´s, organizações em defesa dos direitos humanos, organizações de combate a fome e a pobreza. Todos esses fizeram de 2009 um ano festivo, de reflexão, e de preparação para o que virá em 2010,11,12 e daí em diante.

Dia 21 de dezembro. A Câmara Municipal vai realizar uma Sessão Comemorativa. Por solicitação do vereador Danilo Funke(PT), que atendeu ao pedido de pastorais e movimentos, em especial a Pastoral da Juventude e o Movimento de Fé e Política.

Segunda feira, às 17 horas na Câmara a solenidade começará com o filme “O Santo Rebelde”, outro apelido recebido por Dom Helder. O filme traz as reflexões, a caminhada e trechos de palestras do Bispo pelo mundo e pelo Brasil. Uma bonita homenagem. Logo após, às 19 horas a solenidade oficial, comemorativa ao centenário.

Nesse momento de planejarmos um novo ano, vale, e muito, a contribuição que as lembranças que Dom Helder deixa para nós que queremos reforçar a esperança e a caminhada na defesa da cidadania plena e da justiça.

Guerreiro da Paz, Dom da Paz, Bispo Vermelho, Bispo dos Pobres, Profeta do Terceiro Mundo, Arcebispo das Favelas, Artesão da Paz, Dom do Amor, da Paz e da Justiça, Campeão da Solidariedade, Bispo Comunista... por suas próprias palavras: “nosso pai deu ao ser humano o poder e a responsabilidade de não se conformar com o sofrimento e com a dor inocente, ensinou-o a lutar contra a injustiça. É o nosso dever”.

Marcel Silvano – coordenador de formação da Pastoral da Juventude e coordenador da Pastoral da Comunicação

Um comentário:

  1. Fala Marcel,
    Ae, estamos querendo criar uma lei que obrigue nosso querido prefeito e futuros prefeitos a trabalhar 40hs semanais com direito a 30 dias de férias anuais. Assim como qualquer servidor público.
    Falou,Diego
    obs.: me liga ae 99528368

    ResponderExcluir