segunda-feira, 19 de outubro de 2009

AS CORRENTES DO ASFALTO




As estradas apontam caminhos que não são sempre aqueles que queremos. Andando pelas cursas inclinadas a caminho de Nova Friburgo, em meio ao pouco menos dos 10% de Mata Atlântica que resta, pensei que os altos dos montes seriam o que precisávamos. Mas as voltas da estrada desviavam os caminhos e continuávamos a cortar os montes.
As estradas e as curvas das estradas me lembram a Caverna de Platão. Não é possível olhar o mundo lá de cima, o mundo real. Olhamos apenas o mundo que está aqui.
O asfalto como correntes que nos prendem ao fundo da caverna.
O resto, fora da estrada é miragem, é sombra.
Ao sair da estrada percebemos as verdades e os caminhos.
Saia da estrada, mas não atreva-se a voltar pra contar aos outros.

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