sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A FOLHA DE SÃO PAULO MENTE, DE NOVO


Mais uma mentira da Folha

Folha de São Paulo mente sobre despejo em latifúndio na cidade de Macaé. A área ocupada por famílias ligadas ao MST, de 1650 hectares de terra improdutiva foi considerada pelo INCRA como terra para fins de Reforma Agrária e, o Presidente Lula assinou decreto demonstrando interesse na desapropriação da terra.
Como o latifúndio improdutivo é de propriedade de um político, dono de empresa de comunicação, ex-prefeito da cidade de São Francisco do Itabapoana e ex-parlamentar Barbosa Lemos, não precisa de muita explicação para entender o porquê da Folha ter noticiado mais essa mentira através de seu site.
Além de criminalizar o movimento social, a irresponsabilidade da Folha é tamanha que nem um jornalista do veículo estava presente ao local durante todo o dia 17 de novembro. Segue abaixo algumas mentiras da Folha:

1-    Título: “PF desocupa fazenda invadida pelo MST em Macaé”
A fazenda que a Polícia Federal desocupou não foi invadida. O latifúndio improdutivo estava ocupado por cerca de 200 famílias de trabalhadores rurais sem terra. Invasão é quando alguém entra em sua casa, sem autorização, com você e sua família morando lá. Mas quando uma área de proporções inimagináveis (1650 hec) está improdutiva e sem cumprir sua função social prevista pela constituição e alguém entra para viver lá e produzir alimento, não é invasão é ocupação cidadã. Quando uma propriedade, seja na cidade ou no campo não cumpre suas funções constitucionais de moradia ou produção, deve ser entregue aos que precisam de um teto para viver ou um chão para plantar e não tem. O título mais adequado seria: PF devolve latifúndio improdutivo a político do Norte Fluminense.

2- 1º parágrafo: A Polícia Federal desocupou nesta quarta-feira a fazenda Bom Jesus, em Macaé, município no litoral do Rio. O endereço havia sido invadido pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra).
Mais uma mentira. O trecho acima comprova o total descompromisso com a verdade da FSP. Primeiro eles erram o nome da fazenda. Não é Bom Jesus, é Bom Jardim! E ainda, para piorar a situação, definem um latifúndio improdutivo de 1650 hectares como “o endereço”. Parece que estão falando da casa da minha vizinha Rose.
Veja aqui área do humilde “endereço” vista do alto, e muito alto.
Aqui, outra imagem. Com detalhe, a BR 101 e as estradas que levam a Conceição de Macabu, a direita e a Serra Macaense, a esquerda.
Preste atenção no tamanho do distrito de Córrego do Ouro, a área da esquerda. Compare aqui:


3-  2º parágrafo - “Cerca de 700 pessoas, distribuídas em 280 famílias, precisaram deixar a fazenda de 300 alqueires, que fica em Córrego do Ouro, distrito do município, a 145 km da capital.”     
Mais uma mentira. De muito longe havia cerca de 700 pessoas. Havia cerca de 200 trabalhadores em terra na ocupação. Menos pessoas que policiais no ato de despejo.
A Folha tenta jogar com os números. Ao invés de dizer que a área de 1650 hectares, como os documentos do INCRA, ela coloca o valor aproximado em alqueires, o que dá por volta de 300 e gera menos impacto negativo por parecer para quem não conhece as medidas que são muito específicas, imaginarem ser uma área razoável.
1 hectare = 10.000 m² logo, 1650 hectares = 16 milhões e 500 mil metros quadrados
Alqueire - unidade de medida de superfície agrária equivalente em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Goiás a 10.000 braças quadradas (4,84 hectares)
Ainda na matemática: se 1 alqueire é igual a 4,84 hectare então: 1650/4,84 dá um resultado aproximado para baixo de 340 alqueires de terra.
Por A + B, fica clara a tentativa de manipulação.

4-    5º parágrafo: “Os invasores, que foram levados para um ginásio poliesportivo, puderam retirar todos os seus pertences das barracas. Os bens foram catalogados e transportados em caminhões e em caminhonetes da PM.”
Mais uma mentira deslavada! De novo a questão de tratar a famílias trabalhadoras rurais como “invasores”, depois fica ainda pior.
“Foram levados para um ginásio poliesportivo” – Mentira deslavada! Inicialmente, os pertences das famílias foram levados para ao Parque de Exposições da Serra, no distrito de Córrego do Ouro, porém as famílias foram proibidas pela Prefeitura de pernoitarem no local. Para piorar, a informação da prefeitura é que a justiça mandara descartar os pertences das famílias. O impasse foi intenso e já era por volta das 23 horas do dia 17. Crianças, idosos, mulheres e gestantes ficaram na chuva a espera de uma decisão.
Após muito desgaste e frente a irredutibilidade da Prefeitura de Macaé, da Justiça e da Polícia Federal, o MST, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores, através do vereador Danilo Funke (PT), A Comissão de Direitos Humanos da ALERJ, através do deputado Marcelo Freixo (PSOL) e o movimento de Fé e Política do Litoral acionaram o Padre Mauro, que acompanhou todo o processo do acampamento e, o religioso cedeu um espaço da Paróquia, a Igreja Nossa Sra. Aparecida, no bairro de Virgem Santa, em Macaé. As famílias ficaram por lá até a noite de sexta-feira (19.11) quando definiram o que fazer.
Não existiu ginásio em nenhum momento da negociação do MST e das famílias com a polícia, a Justiça e a Prefeitura. As famílias foram negadas em todos os locais e o Pe. Mauro as acolheu.   
Não teve nenhum bem catalogado. As famílias foram obrigadas pelos oficiais de justiça e a Polícia Federal a darem nome e documentação. Isso foi o mais próximo de catalogação.

5-    Último parágrafo “As barracas, no entanto, foram incendiadas após a reintegração de posse. Os carros que estavam na fazenda foram rebocados”  
Barracas foram incendiadas logo pela manhã, e uma retro-escavadeira foi acionar para derrubar as barracas. Ao final do dia, os capangas do fazendeiro colocaram fogo nas barracas que ficaram para trás com o restante dos pertences das pessoas.
Nenhum carro foi rebocado. Isso não aconteceu! Os poucos carros que existiam no local colaboraram no transporte das pessoas e seus pertences.  

6-    Última frase “Segundo a PF, não houve resistência”
Enfim, uma verdade. Não houve resistência. Não tem condições de resistir a quase 250 homens armados e altamente armados.


        

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