quinta-feira, 4 de março de 2010

ROYALTIES PRA QUEM, CARA PÁLIDA*?



* Começo pela explicação do termo utilizado no título. Nada tem a ver com nossa história de terras, descendentes de índios e muito menos comparando nossos tão ricos (em cultura, organização e história) brasileiros indígenas. A cara pálida foi a forma que encontrei para não dizer “cara de pau” logo no título. Os indígenas que me perdoem.

Saí de casa, por sorte encontrei um ônibus chegando ao ponto. Corri para aproveitar o sinal vermelho, atravessar a rodovia e embarcar. Caso perdesse, sabe-se lá quanto tempo ficaria a esperar outro meio de transporte.

Chegando ao centro da cidade, ironicamente em volta da Câmara Municipal, cartazes com alguns dizeres no mínimo interessantes. “Se o royaltie acabar, todo mundo vai quebrar”, uma outra que eu não consegui ler direito e mais uma, se dirigindo ao presidente. “Lula o Rio está em suas mãos. Para a emenda Ibsen mande votar não”.

Dois pontos depois eu fui para frente do ônibus, pois já chegava meu destino. Flagrei um papo do motorista com um senhor. “Eles querem é manter as parcelas no bolso deles”, disse o senhor que logo emendou, “para o povo não vejo nada”. Daí o motorista completou o que está no fundo do coração de muita gente. “O melhor seria acabar mesmo”.

Lembrei com clareza a reunião do núcleo da Pastoral da Juventude ontem na casa do Pe. Mauro. Levantei uma questão. De onde está partindo esse movimento? Do povo que não é. O movimento está partindo dos setores que só se beneficiaram com os royalties.

Aproximadamente 20 anos de muito dinheiro através dos royalties chegada a hora de pensar de que serviram os recursos e como deve se posicionar o povo a partir de agora, com esse espaço que se abre para um novo debate, novos critérios e práticas alternativas para os milhões que despencam nos cofres públicos devido a exploração do petróleo.

A FAVOR DOS RECURSOS, MAS COM OUTRO DEBATE

Bem, é claro que ninguém que vive e acompanha as questões relacionadas a indústria do petróleo na região não quer que os recursos deixem de chegar. Mas não dá para fazer um discurso dos royalties pelos royalties, apenas. Não dá pra cair num ato oportunista e puramente eleitoreiro.

A tentativa é colocar uns do lado dos que defendem tudo como está e outros que não defendem. Mas existe uma terceira via. Um terceiro debate, outro entendimento para tratar essa pauta.

Os anos que as cidades da região receberam esses recursos (em especial Macaé, Campos, Carapebus, Quissamã, Rio das Ostras, Cabo Frio e em menor escala Casimiro de Abreu e Conceição de Macabu) serviram apenas para criar um ciclo vicioso, grupos familiares se revezando através das piores práticas do clientelismo, do autoritarismo e da não-participação popular nas definições de prioridades. Meia-dúzia de pessoas enriqueceram a maioria da população ficou apenas com as mazelas do não planejamento e da falta de compromisso dos gestores públicos com a população.

O novo debate reconhece, em primeira linha essa prática detestável de gerir os recursos dos royalties, e aponta para caminhos novos, com prioridade no desenvolvimento sustentável das cidades, na democratização radical nas definições de aplicações dos recursos, com orçamento participativo, conselhos populares na fiscalização e na discussão do dinheiro.

O que não cabe mais é que municípios como Macaé, com cerca de 200 mil habitantes tenham exorbitantes orçamentos (1bilhão e 300 milhões de Reais aproximadamente em 2010), e a cada dia que passa o que sobra pro povo é mais impacto do inchaço populacional como violência, tráfico de drogas, transporte precário, ruas arrebentadas, esgoto a céu aberto, destruição da natureza etc.

MACAÉ MERECE MUDAR

Macaé merece os recursos. Mais importante que isso. Macaé merece mudar! Mudar a forma de administração, mudar as prioridades, mudar os governantes, mudar a vida da população.

3 comentários:

  1. É Marcel, é uma pena que nossos blogs não são tão bem movimentados, não que saibamos... mas penso em faca de varios gumes... penso em verdadeiros projetos, que realmente funcionam, penso no meu emprego, penso no emprego de milhares de pessoas... mas tbm penso em falta de segurança, falta de turismo, educação e transportes precários... mas pioraria?
    sou mt egoista e um pouco atrasada.. mas a verdade eh que se eu tivesse uma varinha magica, gostaria de ter de volta a MINHA linda Macaé, aonde nasci e fui criada... ñ gosto de nd que ha em Macaé... sinto falta de td o que ja fomos e o que acho que nunk mais poderemos ser... o que me resta? manter minha conciencia em paz com Deus... e ajudar os que sofrem... e votar para ser mais feliz!

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  2. Pois é Marcel
    Acho que esse dinheiro deve ser mantido para que seja investido no que realmente precisa e não para encher os bolsos de alguns, perpetuando desigualdades em nossa cidade.

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  3. sou radicalmente a favor de acabar com os royalties para tirar o poder soberano desses rapineiros de provincia. são APENAS ELES que se beneficiam ha 20 anos e exploram os miseraveis de dinheiro ou de dignidade, geram o caos social e vivem nababescamente como imperadores. farra com dinheiro publico, corrupção, desmandos, desvios, conivencia e compadrio da Camara Municipal. miseria pro povo, esgoto, fome, violencia, morte, inoperancia da saude e educação publicas, um governo de fantasia atraves de maquetes e out-doors carissimos, monopolio corrupto dos transportes coletivos - uma concessão publica na forma de toma-la-da-ca, falta de todos os serviços basicos. esse lugar amaldiçoado pelos mussi ja entrou para a historia como falta total de direitos humanos. como a imprensa e radios sao comprados, a justiça nao existe pra ricos e ladrões, o ministerio publico e omisso ou inoperante, a camara conivente e parceira dos desmandos, entao não ha poderes constituidos e apenas uma grande quadrilha estabelecida que rompeu a democracia, rasgou a constituição federal e acabou com a republica neste pedacinho do inferno que um dia foi a princesinha do atlantico. agora se tornou o imperio do mal e da rapinagem, o antro do compadrio, a TOCA DOS MUSSI E SEUS ASSECLAS.VIVA IBSEN PINHEIRO e sua emenda, viva a força federal do Congresso Nacional que veio acabar com esta insuportavel e vergonhosa baderna a ceu aberto, este puteiro publico. so acabando com a origem dos recursos a farra acaba. os vagabundos cabos-eleitorais e paus-mandados vão pra rua, perderão seus D.A.S.. acaba este tipo de PROSTITUIÇÃO EXPLICITA, esta DESFAÇATEZ. e preciso dizer que Royalties NÃO E IMPOSTO e portanto cai por terra o argumento vazio de que isto e ^direito adquirido^. os royalties foram uma conquista, cuja luta foi iniciada em 1983 pelo saudoso governador Leonel BRIZOLA - tambem gaucho como Ibsen Pinheiro - e que visava uma indenização pelo impacto urbano e social da instalação da industria do petroleo e foi calculado sobre sua exploração. mas tudo foi desviado e roubado e as cidades - ou chiqueiros - não tem a menor infra-estrutura apos esses 20 anos e, enquanto algumas familias ou quadrilhas ficaram com os recursos atraves do dominio politico dos ignorantes de plantão, o povo ficou com as mazelas, sofrimento e escravidão. se não ha remedios nas farmacias publicas, atendimento digno no hospital ou postos de saude, agua potavel, transporte decente - este ultimo um massacre - não ha preparo para o emprego pleno da população local - então que acabe mesmo os royalties e danem se as mafias. Petropolis, Teresopolis, Friburgo não tem royalties, não precisam dessa muleta. e, na verdade, Macae NUNCA TEVE NENHUM ROYALTIE A SUA DISPOSIÇÃO. SOMENTE OS MUSSI - LOPES TEIXEIRA se beneficiaram disso em detrimento de todos. espero que o pres Lula não vete a emenda. acabou o milho - acabou a pipoca. vão trabalhar, vagabundos. VIVA A REPUBLICA! VIVA ZAPATA! VIVA LA REVOLUCION! ass- MocPT

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