terça-feira, 8 de dezembro de 2009

CUMPRINDO AS TAREFAS DA VIDA


A vida nos aponta algumas trilhas que a cada curva revelam tarefas. É assim com as amizades, com a família, com os que chegam e passam a dar os mesmos passos (Mariane) e os que surgem no caminho (Maria Eloá).

As tarefas que nos aparecem, todas, tem a principal função de fazer a vida ter um sentido real, concreto, e que contemple a beleza que as oportunidades dadas pelo Criador oferecem. Realizar pequenas coisas e conquistar grandes coisas, uma de cada vez ou ao mesmo tempo.

Coisas que fazemos e deixam a vida mais leve, para enfrentar o peso de um mundo que não quer deixar a vida acontecer. Quanto a essas tarefas, tenho a expectativa de perceber cada oportunidade de cumpri-las, a cada dia.

Uma bela viagem de trem. Acertada oportunidade que trouxe lembranças de tempos em que a simplicidade encantava e por isso as pessoas sentiam-se mais livres. Tarefa de perceber que um outro mundo possível é onde a trilha leva.

O símbolo desses momentos está no trajeto feito de trem com sentido ao 7º Encontro Nacional de Fé e Política: Cuidar da vida - Espiritualidade, Ecologia e Economia. Saindo de Macaé-RJ para Vitória-ES e de lá, pegamos o trem. Estrada de Ferro Vitória-Minas. Patrimônio brasileiro seqüestrado pelo capitalismo neo-liberal.

Experiência nova para os macaenses. Maria Eloá, Mariane, Marcel, Magnum, Ricardo Ninja e José Manoel. Cada um entendeu de forma diferente, com suas percepções de mundo e interpretações diferentes da vida e seus desafios, mas com a certeza de cumprir mais uma tarefa.

Cidades pequenas, campos enormes, pequenas produções rurais, matas, verde, rios e pessoas simples, vistas pelas janelas. Pessoas vendendo balas, doces, cocadas. Mulheres, mães, crianças correndo atrás. Atrás do trem, atrás da vida melhor e, as crianças, correndo pra chegar primeiro que o outro e vender o doce antes do colega.

Situações difíceis de viver e de sentir dentro de um carro, ou ônibus nas BR´s desse Brasil. Os minérios extraídos da nossa terra, nosso patrimônio, dói ver e saber que tudo aquilo não é nosso por tão pouco pago. Inclusive o ponto de chegada, estação Intendente Câmara – Ipatinga. Praticamente dentro de um gigantesco complexo industrial (Usiminas). Também era nosso e sequestrado da mesma forma. Tanta tecnologia, tanto esforço, tantos brasileiros que sonharam aquilo tudo e construíram, para depois ver entregue a chineses, japoneses, americanos, espanhóis, não tenho certeza de quem é mais.

Paramos nas estações, cada uma, gente diferente indo para lá ou vindo para cá, pessoas com sotaques carregados, diferentes estilos, vestimentas, porém uma vida completamente diferente da nossa. Posso estar errado, mas penso que naqueles lugares as pessoas brincam de bola de gude, fazem GP de tampinha de garrafa e pistas mirabolantes tentando chegar aos três primeiros lugares. Pessoas que sobem no pé de jamelão e comem a fruta no pé. Gente que colhe café no pé e aproveitam a bebida com maior qualidade que a quase totalidade dos brasileiros.

Curvas, túneis, pontes, rios, lagos, montanhas, tudo por cima dos trilhos. Bonito de ver, mas lindo de viver. A vida merece esses momentos de inspirar e expirar, para viver depois melhores dias, trilhados por nossos próprios pés e construídos por nossas próprias mãos. Os que sonham, os que vivem e aos que querem dias melhores. É inadiável cumprir tarefas assim.

SEGUEM ALGUMAS FOTOS:




PS.: AINDA FALTAM FOTOS QUE COLOCAREI AMANHÃ.



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