quinta-feira, 19 de novembro de 2009

PRA ONDE VAI O PT?



Está muito próxima a eleição que definirá as novas direções do Partido dos Trabalhadores em todos os níveis. Elegeremos a direção e o presidente nacional, estadual e municipal. Todo o filiado petista do Brasil inteiro poderá votar e contribuir para o rumo que terá o PT a partir de 2010. Macaé vive a efervescência dessas decisões e de forma peculiar, como já é de praxe.

Os últimos dois Processos de Eleições Internas (PED) do PT atravessaram momentos históricos definitivos para a história dos militantes, dirigentes, parlamentares e governantes petistas do Brasil e também do futuro de toda a nação brasileira. Em 2005 foi decretado o fim do petismo. A turma dos “Zés” Dirceu, Genoíno, Delúbio, Silvinho e outros mais, deram o lance que faltava para o jogo da mídia criar uma expressão nova (porém prática velha) “mensalão”.

Em Macaé, a disputa bateu entre os que eram da turma dos “Zés” e os que defendiam as bandeiras históricas e a dignidade que o PT conquistou nos corações dos brasileiros em toda sua trajetória. Para presidente em 2005 foi eleito o recém-petista Henrique Emery. Hoje, quatro anos depois, descontente com aqueles que o colocaram lá e não deram sustentação pediu desfiliação. Do lado de cá, continuamos na caminhada pelo resgate das lutas e das esperanças que a estrela vermelha desperta com o chamado “Esperança, História e Dignidade”.

Em 2007, outro processo eleitoral. Desta vez, um debate mais intenso na questão municipal e uma força nacional inigualável com a reeleição de Lula para presidente. O PT de Macaé partiu-se. A decisão da direção não foi respeitada e algumas figuras, sem respaldo do PT assumiram cargos de secretarias e assessorias. A disputa passou a ser desigual. Dois vereadores, três secretários municipais... e a máquina pública começou a interferir dentro do PT. E o PT virou governistas e não-governistas. Eleito nesse cenário o ex-vereador Luciano Diniz para a presidência municipal. Dois anos passaram e poucas vezes o partido reuniu sua direção e não consultou mais suas bases. Esse mandato da direção petista já é classificado como o pior da história do PT em Macaé no que diz respeito a identidade petista, a participação e mobilização da sociedade. O PT em Macaé virou propriedade de dois ou três caciques.

Em 2009 estamos numa nova disputa. As seqüelas das eleições municipais de 2008 ficarão marcadas por muito tempo na história de alguns governistas. O voto popular deu clara resposta. A desastrosa aliança e indicação da vice-prefeita do PMDB, a reeleição do prefeito com gosto de derrota eleitoral deixou uma certeza. A esperança está tão viva quanto a estrela do PT. As urnas derrotaram os governistas e deram ao jovem Danilo Funke a responsabilidade de fazer o povo gritar de novo: Tô vendo uma esperança.

Mas as forças da máquina pública e o poder de ferro daqueles que nomeiam assessorias e cargos comissionados fizeram setores do PT tirarem a máscara. O poder é o prêmio mais cobiçado, nem que para isso as alianças sejam as mais absurdas. E o Partido dos Trabalhadores é um importante instrumento de disfarce aos que fingem defender o povo e reproduzem as mesmas práticas dos tradicionais coronéis, defesa do bolso.

Agora a oligarquia de Macaé está nascendo por dentro o PT. E a mãe, que hoje é considerada a “chefe” quer o “filho” presidente do PT. O menino não tem nem dois anos de filiação e talvez tenha participado de uma reunião ou duas. Essa história preocupa porque é um filme velho, que o povo já cansou. De pai para filho, de tio para sobrinho, de irmão para irmão, de cunhado para cunhado. Assim chegou Macaé ao quadro político mais detestável. O que há de pior da política nacional é reproduzido aqui com a diferença de um orçamento de 1 bilhão de Reais.

É isso que está na disputa: um rumo é a volta do tremular das bandeiras do PT e da esperança por toda a cidade e o outro a imobilidade, a despolitização, a ciranda da oligarquia e o toma-lá-dá-cá. Importante dizer que o voto é secreto, e apesar do coronelismo que tentam reeditar o petista é livre para votar no que decidir ser melhor para o PT, para Macaé e para o Brasil.

Um comentário: